quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Pingo de chuva na flor.

A TARDE CAÍA, O CÉU ESTAVA COBERTO DE NUVENS ESCURAS.

DAVAM RELÂMPAGOS E TROVÕES QUE ESTREMECIAM A TERRA! O VENTO SOPRAVA ENFURECIDO COMO U LOUCO, AS ÁRVORES INCLINAVAM-SE DE UM LADO PARA OUTRO.


DE REPENTE, OUVE-SE U RUÍDO NO TELHADO: ERA A CHUVA QUE CAÍA PESADAMENTE. CHEGA A NOITE E A CHUVA CAI...


NO DIA SEGUINTE, PAULINHO LEVANTOU-SE E ABRIU VAGAROSAMENTE A JANELA DE SEU QUARTO. OLHOU PARA A LINDA FLOR AZUL QUE HAVIA ABAIXO DA JANELA, ONDE HAVIA UM LINDO PONGO DE CHUVA, QUE BRILHAVA COMO UMA PEQUENA PEDRA DE DIAMANTE"

Autoria: Marcio Almeida, em 1967 (então com 9 anos de idade) 
Publicado no jornal O Semanário Carmense, de Carmo do Paranaíba, em 22 de setembro de 1968.

Marcio Almeida é Engenheiro Mecânico e Engenheiro Industrial, Administrador de Empresas, MBA em Gestão Governamental e Ciência Política, Especialista em Informática, Especialista em Direito Administrativo Disciplinar, ex Diretor de Auditoria Legislativa e ex Presidente de Processos Disciplinares na Administração Federal Brasileira, Diplomado da Escola Superior de Guerra, MM∴, Escritor, Músico Amador, Meio-Maratonista, pesquisador autodidata em Nutrologia e Nutrição Esportiva, História e Sociologia.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

O significado da palavra Fuleco

Tatu Bola apelidado de Fuleco
A palavra Fuleco tem origem na linguagem usada pelos negros africanos que viviam no Brasil à época do regime escravocrata. Devido à dificuldade que muitos tinham em pronunciar o "R" entre vogais, eles substituíam-no pelo "L", fazendo uso de um vício de linguagem conhecido como lambdacismo. Por isso, ao invés de Furo, eles pronunciavam Fulo (Veja a NOTA abaixo).
Ressalte-se, ainda, que em muitas palavras o sufixo ECO tem a finalidade de indicar diminutivo com conotação depreciativa, indecorosa ou obcena, como no caso de jornaleco, livreco, doutoreco, padreco, etc...
Assim, fuleco que originalmente significaria "pequeno furo" com uma conotação pejorativa, por razões óbvias tornou-se sinônimo de ânus e passou a ser usada com propósitos de envergonhar ou ofender.

NOTA:

Segundo pesquisador Affonso Robi, da Universidade Federal do Paraná em seu estudo “Alguns Problemas da Influência Tupi na Fonética e na Morfologia do Português Popular do Brasil” (pag 12/13):
"Em certos dialetos a pronúncia é tão variável que pode ser transcrita arbitrariamente por "R" ou "L". Daí o lambdacismo tão comum nos crioulos que trocavam a pronúncia de "reino"por "lêno", "terra" por "tela" (provenientes de São Tomé e Ano Bom). Haviam ainda os que trocavam "era" por "ela", "furo" por "fulo",  "fora" por "fola", "ora" por "ola" (de Angola) e os que trocavam "varri" por "bali", "pérola" por "pélula" (de Suriname).”

Palíndromos

Palíndromos são palavras ou números que podem ser lidos nos dois sentidos (normalmente, da esquerda para a direita ou ao contrário).

Exemplos de palavras:
OVO, OSSO, RADAR.

O mesmo se aplica a frases, embora a coincidência seja tanto mais difícil de conseguir quanto maior a frase.
Vejam alguns exemplos:

ANOTARAM A DATA DA MARATONA

ASSIM A AIA IA A MISSA

A DIVA EM ARGEL ALEGRA-ME A VIDA

A DROGA DA GORDA

A MALA NADA NA LAMA

A TORRE DA DERROTA

LUZA ROCELINA, A NAMORADA DO MANUEL, LEU NA MODA DA ROMANA: ANIL É COR AZUL

O CÉU SUECO

O GALO AMA O LAGO

O LOBO AMA O BOLO

O ROMANO ACATA AMORES A DAMAS AMADAS E ROMA ATACA O NAMORO

RIR, O BREVE VERBO RIR

A CARA RAJADA DA JARARACA

SAIRAM O TIO E OITO MARIAS

SOCORRAM-ME SUBI NO ÔNIBUS EM MARROCOS


ZÉ DE LIMA RUA LAURA MIL E DEZ

Colaboração: Maristela Helena do Amaral Praxedes

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Toponímia e gêneros.

Toponímia é a ciência que estuda os TOPÔNIMOS, ou nomes próprios de lugares e de elementos geográficos (cidades, países, estados, rios, montes, serras, mares, estradas, etc...).

Gêneros: Regra Geral:
A regra geral aplicável à maioria dos topônimos, classifica estas denominações como substantivos próprios, aos quais sempre deverá ser atribuído o gênero (masculino ou feminino) de acordo com a espécie de elemento geográfico ou de lugar.
Exemplos da Regra Geral:
"O Maranhão" (O estado do Maranhão),
"O Paranaíba" (O rio Paranaíba),
"O Vesúvio" (O monte Vesúvio),
"A Mantiqueira" (A serra mantiqueira),
"O Báltico" (O mar Báltico),
"A Fernão Dias" (a estrada Fernão Dias).

Nestes casos, o uso de adjetivo qualificador segue naturalmente o gênero adotado.
Exemplos: O belo Maranhão, o caudaloso Paranaíba, o traiçoeiro Vesúvio, a grandiosa Mantiquira, etc... 

Países: Atipicidade.
No caso de nomes de países, o gênero adotado está quase sempre ligado ao significado ou origem do nome próprio do país ou, ainda, associado à espécie "país" (masculino).
Exemplos do gênero para países:
"O Brasil" (O pau Brasil),
"A Inglaterra" (The Engla Land, que significa "A terra do Anglos"),
"A Argentina" (La Argentum, que significa "A prata")
"Os Estados Unidos", etc...


Cidades: Exceção às Regras.
Em se tratando de cidades, os topônimos geralmente são classificados pela gramática como substantivos próprios que não possuem gênero e, portanto, não aceitam o artigo.
Exemplo de como se configuram gramaticalmente:
Se eu apenas me refiro a Ouro Preto, a Belo Horizonte ou a Brasília, não há necessidade de se antepor qualquer artigo à preposição, uma vez que, via de regra, topônimos de cidades não têm gênero.
Portanto se diz: "Vou a Brasília", "Viajei para Ouro Preto", "fui a Belo Horizonte".
Note-se que apenas é usada a preposição antes do nome, sempre sem artigo.


Para estes casos, o uso de adjetivos sempre exigirá o gênero feminino, combinando com a espécie de topônimo ("A bela Brasília”, “A montanhosa Ouro Preto”, “A fria Belo Horizonte”).


Exceções para cidades:

Em muitos casos os nomes de cidades exigem o artigo masculino e, por consequência, os adjetivos qualificadores também aparecem no gênero masculino. 
São regras determinadas pelo costume linguístico, porém absolutamente corretas gramaticalmente.

Exemplos: Rio de Janeiro, Porto, Guarujá, Recife, Carmo do Paranaíba.
Como se configuram gramaticalmente:Se eu me refiro ao Rio de janeiro, ao Porto, ao Guarujá, ao Recife ou ao Carmo do Paranaíba, necessariamente devo usar o artigo “o” associado à preposição.
Assim, por óbvio. adjetivos que qualifiquem esses lugares também serão do gênero masculino: “O montanhoso Rio de Janeiro”, “O longínquo Porto”, “O lindo Guarujá”, “O calorento Recife”, "O pitoresco Carmo do Paranaíba.

Eventualmente surgem dúvidas sobre como identificar o gênero para se qualificar alguns topônimos. Nestes casos, a solução é recorrer ao costume linguístico, que é originalmente o fator determinante desta condição.
Uma boa prática é comparar frases da linguagem coloquial própria do lugar, usando um e outro gênero, para se identificar o que soa mais “normal” ou é mais comumente usado.


Um exemplo típico, que conheço muito bem, é o caso da minha cidade natal, Carmo do Paranaíba, cujas qualificações eventualmente aparecem usando os dois gêneros:
Então, vejamos: O que parece mais comum:

Feminino
Masculino
A Carmo é bonita
O Carmo é bonito”
Sou de Carmo ou Sou da Carmo
Sou do Carmo
Vim de Carmo ou vim da Carmo
Vim do Carmo
Eu nasci em Carmo (ou na Carmo)
Eu nasci no Carmo
Eu venho de Carmo (ou da Carmo)
Eu venho do Carmo.



quinta-feira, 13 de junho de 2013

Um Sonho.

Se eu ganhasse na Mega, meu sonho de consumo era comprar a velha fazenda da "Manga", que foi de minha mãe e de meu pai, bem ali no pé da Serra do Barreiro, confrontando, na época, pelo Sul com Pedro Caetano de Almeida, pelo Norte com Juvenal Caetano de Almeida, pelo Leste com Ezequias Caetano de Almeida e pelo o Oeste com Orlando Ribeiro de Souza.
Hoje essa Fazenda é do João Belmiro.

Aí sim! Compraria um cavalo cujo nome seria Pequira  e 50 cabeças de gado, somente para vê-los crescer e engordar. Recordar e passar nos trilhos e lugares onde sentiria o cheiro de minha verdadeira infância. Ali eu iria lembrar dos tempos que eu ia com minha mãe lá Moinho do Quia trocar o milho em grãos pelo fubá já prontinho, poderia tomar banho na cachoeira um pouco abaixo ou pescar bagres e piabinhas no Ribeirão do Bebedouro, lá mais embaixo, ou tomar goles daquela Água Choca, com gosto de enxofre que até hoje existe por lá. Por sinal muito boa para a saúde.

Poderia também lembrar dos tempos que eu ia para a Escola no meu cavalinho e que na beira da estrada eu ia armando arapucas para, na volta eu colher os pássaros, Nambus, Juritis, Rolinhas, Tico-Ticos e Canarinhos para colecioná-los em gaiolas de piteira, feitas por mim. Poderia relembrar da minha primeira professora Xede, lá na escolinha do Álvaro Barcelos e de meus colegas Jorge do Pedro Caetano, Luiz do Juvenal, Flávio e Renê do João Camilo, Célia e Maria José do Juvenal e Dona Helena, da Maria das Graças e Orlando do Álvaro, não esquecendo do Décio do Joaquim da Ida, Ladinho e Osvaldo do Rafael Lopes e outros.

Ah! poderia lembrar também do Joãozinho Preto e Julieta, do Geraldo da Sázabela e do Hipórto, do Xico Bico e da Requela, do Mané Camundo e da Chica e sua filha Futrica, da Divina do João Preto e também do Zé Pintinho que sempre prestavam serviços às fazendas da região.

Lembrar também dos tempos em que o Ezequias Caetano passava por lá com sua matilha de perdigueiros e uma buzina na mão fazendo caçadas até ao anoitecer, na beira do Ribeirão. Iria lembrar das brincadeiras no caminho da escola e a que mais gostava era amarrar ramos de vassoura no trilho para assustar os colegas.

Sede da Fazenda Barreiro, de Esequias Caetano.
De gastança mesmo, queria apenas asfaltar o morro da Terra Vermelha, bem ali acima da Fazenda do João Camilo e do Quia. Era a única coisa que me amedrontava naquela época, ao escalá-lo, em pelo, montado no meu cavalinho Pequira. Essa travessia era mais perigosa do que andar pelo chapadão e passar em frente as cruzes lá existentes ou passar entre um rebanho de vacas pegadeiras.

Queria ter também uma folia para ouvir o choro da viola e da sanfona em todos os finais de ano. Queria também ajudar a comunidade da Manga, do Sossego, do Cedro, do Campestre, dos Pimenta e até de Quintinos, que era a capital da época. Então, vejo que é por esses "desejos" que eu jamais vou ganhar na mega... É que meus sonhos são GRANDES DEMAIS e a sorte não perde tempo com quem sonha muito alto.

Oscar Godinho de Barros (Kakau)
Brasília, DF- 12.01.2007. 


domingo, 13 de janeiro de 2013

Elvis, o mito.

Aquele cara bem sucedido na vida, a quem nada faltava, considerado um mito e idolatrado por centenas de milhões de pessoas em todo o mundo, percebeu aquela menina ali parada, tomada pela emoção de estar em sua presença e encantada por poder ouvi-lo.
Notando que se tratava de uma garotinha cega, não pensou um segundo sequer: deixou de lado seus músicos tocando e, sem se importar com a reação de seus milhares de expectadores ou com eventuais críticas da mídia, o gigante pediu que a trouxessem até ele.
Primeiro beijou-a nos olhos, depois beijou o lenço que tinha consigo e o tocou nos olhos da pequena. Deu-lhe um abraço afetuoso e murmurou algumas palavras ao seu ouvido, de modo que só ela pudesse ouvir. Possivelmente rogou-lhe as bênçãos de Deus, como sempre fazia, por hábito de infância.
Para ele o dia estava ganho! Havia cumprido mais um ato na missão que mais lhe satisfazia, que era fazer bem às pessoas, seja através de sua música, de seu suporte financeiro, de seu carisma ou de qualquer outro dom, dentre tantos com os quais Deus lhe contemplara.
Para ele, aquela criatura indefesa representava todos seres marcados pelas próprias limitações, pela insignificância, pelos defeitos e pecados provenientes da injustiça humana!...
A menina, por sua vez, naquele momento sentiu-se a pessoa mais importante do mundo!... E, de fato, ela era, pelo simples fato de ter sido tocada e acariciada pelo mito.
Por causa dessa sua natureza peculiar, sempre que chegava a uma cidade, antes receber qualquer autoridade ou prestigiar qualquer outro evento grandioso, Elvis recebia e buscava auxiliar pessoas comuns e necessitadas.
Por mais que a mídia, com seus investimentos milionários em marketing insistisse em promoções de fachada, ele sempre priorizava a sua generosidade, exigindo que não tornassem públicos tais atos. Ao longo de toda a vida, preservou sua cultura e nunca mudou os hábitos mais puros e mais singelos ensinados pela mãe desde muito cedo. Do alto de sua grandeza, ele nunca se dirigiu a uma pessoa mais velha sem usar o seu típico "yes, sir" (sim, senhor), por mais humilde que essa pessoa fosse, e sempre se curvava de joelhos diante de qualquer símbolo alusivo a Jesus Cristo.
Nem mesmo a consciência de ser o mito contemporâneo mais idolatrado da humanidade, que já teria mudado culturalmente o mundo por meio de sua arte, em sua modéstia peculiar jamais admitiu ser chamado de Rei. Pelo contrário, pedia sempre em seus shows que cartazes atribuindo-lhe tal título fossem baixados, alegando não reconhecer "outro Rei, senão Jesus Cristo". Isso o difere muito dos tantos "reis" que o sucederam, autointitulados ou produzidos pela mídia.
Nada sintetizaria mais sua obra artística e seu exemplo humanitário que a inscrição contida em sua lápide: Ele foi um presente precioso oferecido por Deus, dotado de um talento único que também só pode ter sido obra de Deus, tendo repartido com o mundo um dos maiores exemplos de nobreza de caráter.
Aclamado exaustivamente e contemplado com os maiores prêmios e condecorações, ele foi e ainda é admirado, não somente por ter sido o "show man" espetacular, o "Rei do Rock" que deu início a tudo, mas também pela sua grandiosidade humanitária e por sua generosidade.

Ele revolucionou os costumes e demarcou o início de uma nova era na história da música, ao criar e encantar o mundo com a ginga, o ritmo e o estilo de vida conhecidos como "Rock´n Roll".

Encerrou sua missão neste planeta muito precocemente, com apenas 42 anos de idade, certamente para cumprir algum desígnio ainda mais nobre num plano superior. Mas deixou um enorme vazio nos corações de milhões de fãs de todas as idades, de todas as raças, religiões, culturas, origens, cores e situações econômicas.

Por tudo isso e por ter conquistado a admiração, o respeito e o amor de tantas centenas de milhões, quem sabe bilhões de pessoas em todos os continentes do planeta com sua arte e com seu jeito simples de ser, talvez seja o maior mito da humanidade de todos os tempos.  


Fonte: Pesquisas específicas diversas e texto de Oscar Luciano Gomes Neto.

Veja o álbum Elvis Presley - Fotos.

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Veja também Rock'n Roll, um Estilo de Vida.
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