quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Em Gramado um ano depois

Ela surgiu na minha vida assim, como quem aparece do nada, como fazem os anjos e as fadas!

A imagem do seu rostinho aparecendo como amiga no Facebook de um colega do meu trabalho, por algumas vezes já havia me despertado a curiosidade. Não tanto pelo conteúdo do seu próprio perfil, quase inativo, com raras postagens falando de cachorrinhos, flores e algumas viagens, mas, sobretudo, pela expressão de doçura e aquele sorriso enigmático revelados nas suas poucas fotos, contrastando com uma elegante postura aristocrática e ao mesmo tempo discreta.

Temendo ser inconveniente, numa atitude atípica, arrisquei pedir que ela me adicionasse como amigo e esperei! Esperei até desistir!... E nada!

Cerca de três ou quatro meses depois, me surpreendi com várias curtidas nas minhas postagens, mostrando que ela não só havia resolvido aceitar, mas também conferiu quem era o ousado!

Com todo o respeito que ela me inspirava, tratei logo de agradecer, deixando clara a minha intenção de simples amizade. E, nas poucas mensagens trocadas, as suas respostas objetivas e excessivamente econômicas nas palavras, não conseguiram disfarçar a sua inteligência e o jeitinho sóbrio, gentil, didático, enfim, encantador!

Mas, semanas depois, ela sumiu de novo!

O tempo passou! Várias semanas, meses talvez!... E durante uma viagem que fiz à Europa, ela voltou a dar sinal de vida. Me desejou boa viagem e que eu aproveitasse o passeio, comentando que adorava Paris e que havia morado e estudado em Londres.

Assim que voltei, ainda mais curioso, retomamos um contato tímido, quando eu comecei a perceber o quanto ela era maravilhosa, descobrindo a cada dia mais belezas, doçura e tantos outros atributos que me encantavam.

Depois de algum tempo, passamos a nos falar por telefone com alguma frequência e, aos poucos, uma confiança mútua começou a existir entre nós, fazendo com que aquela amizade evoluísse na forma de um sentimento cada vez mais consolidado pela cumplicidade, pela confiança e pela admiração que nos unia, apesar da distância que nos separava e tornava quase impossível que algum dia a gente viesse a se conhecer pessoalmente.

Mas, por obra do destino, as minhas férias de janeiro de 2014 que, até então, estavam fadadas ao ostracismo, foram contempladas com uma inusitada e imperdível promoção de viagem para Porto Alegre, permitindo coincidir esse destino com uma viagem dela, programada há tempos para assistir à formatura de uma amiga.

Assim, no dia 10 de janeiro de 2014, no aeroporto de Porto Alegre, pela primeira vez na vida eu pude sentir o toque e o cheiro inebriante de sua pele! E naquele momento trêmulo, dominados pela ansiedade e pelo nervosismo, nenhum de nós pode evitar um longo e emocionado abraço, do qual minha alma nunca mais se desgrudou.


Depois de algumas horas perambulando juntos pela cidade, caminhando sem rumo, tomando sorvete na rua e depois de muitas risadas sem motivo e sem razão, eu descobri que tudo havia mudado na minha vida! Inclusive os planos de ficar apenas quatro dias em Porto Alegre, que se transformaram numa aventura sem compromisso, sem hora nem dia pra acabar e sem destino programado!

Tanto que no dia seguinte almoçávamos em Gramado, na Serra Gaúcha, onde tudo começou de fato. Dois dias depois estávamos em Buenos Aires andando pelas ruas, nos divertindo e nos conhecendo.

Sem nenhuma programação prévia, comemoramos juntos o aniversário dela, que começou com um almoço no centro histórico da cidade, com um Champagne Rosé oferecido pelo restaurante, indo terminar quase ao amanhecer do dia seguinte, numa boate em Recoleta!

Depois dessa viagem o meu acervo de lembranças e saudades nunca mais voltaria a ser como antes! A partir daí, vivemos um ano separados por quase dois mil quilômetros, nos encontrando a cada três ou quatro semanas. Mas, durante todo esse tempo, o meu pensamento permaneceu fixo num só foco! Ela!


Enquanto ela mantinha o seu trabalho como Gerente de Enfermagem num Hospital a 80 km de sua cidade, eu continuava em Brasília conciliando o trabalho, a saudade e um planejamento mágico que, nem sei como, possibilitava a gente se ver periodicamente. Ainda que para isso eu tivesse que me inscrever em corridas de rua de 10 km ou  Meias Maratonas, ora no Rio de Janeiro, ora em Fortaleza. Ainda que ambos tivéssemos que virar a noite no percurso de ida e volta de ônibus entre Teresina e Parnaíba ou entre Fortaleza e Chaval, apenas para passarmos dois dias juntos e depois voltar!

Pode até parecer que foram dias difíceis. Mas não! Nos desdobramos, enfrentamos trancos e barrancos, mas tudo valeu muito a pena e fez história, como na primeira vez que fui a Parnaíba e ela não apareceu pra me pegar na rodoviária (Leia aqui: Minha primeira vez em Parnaíba)!

Foram vários episódios que provocaram ansiedades, preocupações e inseguranças momentâneas, mas que hoje são motivo de riso.

Por isso, ao completar um ano de quando tudo começou, voltamos novamente a Gramado para celebrar e renovar tudo o que for possível ser renovado e, também, pra pedir a Deus que nos permita muitos e muitos anos juntos pra que eu possa retribuir um pouco de tudo o que ela significa pra mim.

Te amo, minha princesa! Quero viver com você pra sempre!

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