Fazenda Serra do Barreiro
A tarde calma, lentamente vai morrendo.
O sol declina preguiçoso no horizonte.
A luz suave do ocaso vem descendo
Sobre a imensa floresta verdejante.
O Astro Rei se despede com ternura,
Pela verde alcatifa deslizando.
Como ondas de ouro e de púrpura
As folhagens das árvores vai beijando.
A tarde morre irradiando poesia.
É a hora da Ave Maria,
Tudo é paz tudo é amor.
O sol despede com a sua luz vermelha,
A natureza se ajoelha
Aos pés do seu criador.
A Juriti arrulhando na palhada,
Suavemente vai chamando a companheira.
Os animais procuram suas pousadas,
Risca o espaço a garça branca pantaneira.
Até o rumor da cachoeira suaviza,
Contagiada pela flacidez da tarde.
O odor das Flores trazido pela brisa,
Enche o espaço de paz e tranquilidade.
Trazendo um débil sorriso de agonia,
Roçando as grimpas da floresta, a brisa corre,
Como um último eco do rumor do dia,
Num derradeiro suspiro, a tarde morre.
Depois de um dia de trabalho proveitoso,
O sertanejo no seu rancho junto aos seus,
Humildemente se descobre respeitoso,
Sentido n'alma s viva a presença de Deus.
Autor: Zé Beraba (José Gomes de Carvalho), cantor sertanejo, compositor, poeta e ex-professor.
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