quarta-feira, 9 de agosto de 2023

Crepúsculo Sertanejo

Fazenda Serra do Barreiro

A tarde calma, lentamente vai morrendo.

O sol declina preguiçoso no horizonte.

A luz suave do ocaso vem descendo

Sobre a imensa floresta verdejante.


O Astro Rei se despede com ternura,

Pela verde alcatifa deslizando.

Como ondas de ouro e de púrpura

As folhagens das árvores vai beijando.


A tarde morre irradiando poesia.

É a hora da Ave Maria,

Tudo é paz tudo é amor.

O sol despede com a sua luz vermelha, 

A natureza se ajoelha

Aos pés do seu criador.


A Juriti arrulhando na palhada, 

Suavemente vai chamando a companheira.

Os animais procuram suas pousadas,

Risca o espaço a garça branca pantaneira.

Até o rumor da cachoeira suaviza,

Contagiada pela flacidez da tarde.

O odor das Flores trazido pela brisa, 

Enche o espaço de paz e tranquilidade.


Trazendo um débil sorriso de agonia,

Roçando as grimpas da floresta, a brisa corre,

Como um último eco do rumor do dia,

Num derradeiro suspiro, a tarde morre.


Depois de um dia de trabalho proveitoso,

O sertanejo no seu rancho junto aos seus,

Humildemente se descobre respeitoso,

Sentido n'alma s viva a presença de Deus.

Autor: Zé Beraba (José Gomes de Carvalho), cantor sertanejo, compositor, poeta e ex-professor.

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